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Pelo bem do planeta: construções investem em sustentabilidade

Agenda ambiental passa a ser incorporada pelas construtoras, que investem na redução dos impactos no canteiro de obras, na gestão de resíduos e em tecnologias sustentáveis

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postado em 12/06/2017 15:28 / atualizado em 12/06/2017 15:37
A Solução Habitacional Precon (SHP) é um sistema de estruturas pré-fabricadas de concreto, que consegue atingir redução de 85% na geração de resíduos em comparação à construção tradicional - Interface Comunicação/Divulgação A Solução Habitacional Precon (SHP) é um sistema de estruturas pré-fabricadas de concreto, que consegue atingir redução de 85% na geração de resíduos em comparação à construção tradicional

O crescimento do setor de construção civil foi de 74,25% entre 1994 e 2013, de acordo com uma pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Em níveis globais, o serviço responde por 12% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, o que faz dele um dos maiores geradores de emprego do mundo, mas também um grande consumidor de recursos. Atualmente, mais de 40% das matérias-primas no planeta são utilizadas na construção civil, que também é responsável por 30% da geração de resíduos sólidos.

Esse cenário mobilizou cientistas ambientalistas, estados e empresas do setor na busca por soluções para mudar esses índices. A MRV Engenharia, por exemplo, implantou nos canteiros de obras um sistema para reaproveitamento da água da chuva e das betoneiras, este último desenvolvido em um sistema de decantação. A gestão de resíduos também é aplicada, possibilitando a segregação correta dos resíduos, descarte adequado e possível reutilização. A construtora se preocupa em entregar imóveis que possibilitem aos moradores a redução do consumo de recursos naturais como é o caso das descargas com caixa acoplada e sistema dual flush, que chegam a economizar 17 litros por acionamento, caixas para reaproveitamento de água da chuva, que podem ser utilizadas para uso nas descargas do salão de festas e portaria ou irrigação de jardins; os sensores de presença são instalados para garantir a economia de luz, entre outros.
A MRV Engenharia implantou nos canteiros de obras um sistema para reaproveitamento 
da água da chuva e das betoneiras, este último desenvolvido em um sistema de decantação - MRV ENGENHARIA/divulgação A MRV Engenharia implantou nos canteiros de obras um sistema para reaproveitamento da água da chuva e das betoneiras, este último desenvolvido em um sistema de decantação

Neste ano a MRV lançará 30% de todos os seus projetos com energia fotovoltaica, oferecendo energia limpa para os seus clientes. A meta da construtora é que em cinco anos, 100% dos os seus imóveis terão energia fotovoltaica.Já o Grupo Precon Engenharia resgatou, da década de 90, um processo que aproximasse a construção civil dos avanços nos setores comercial e industrial. A Solução Habitacional Precon (SHP) é um sistema de estruturas pré-fabricadas de concreto, que consegue redução de 85% na geração de resíduos em comparação à construção tradicional. O processo de produção das peças na fábrica e depois montagem no local do empreendimento consegue reduzir drasticamente o número de caçambas, caminhões nas ruas e no trânsito, diminui os índices de poluição ambiental decorrente do canteiro de obras, e pode atingir um ganho econômico da compra de seis toneladas a menos de insumos por apartamento construído. O processo também atinge padrões de qualidade e segurança superiores.

Para Marcelo Miranda, CEO da Precon Engenharia, a meta é continuar o investimento em pesquisa no SHP, para aumentar ainda mais esse índice de redução com processos de melhoria contínua e, principalmente, democratizar a tecnologia para que o impacto ambiental seja também social. “Essa tecnologia já está sendo utilizada em empreendimentos do programa Minha casa, minha vida, do governo federal, levando condições de acesso e conforto presentes apenas em imóveis de média renda atualmente”, comenta.
A estratégia da PHV Engenharia está em buscar materiais ecologicamente corretos
e que melhorem o conforto dos seus projetos - Interface Comunicação/Divulgação A estratégia da PHV Engenharia está em buscar materiais ecologicamente corretos e que melhorem o conforto dos seus projetos

DESDE A CONCEPÇÃO A tendência ocorre de forma natural em todo o mercado, impulsionada pelos próprios clientes que mostram cada vez mais consciência ambiental na hora de comprar. “As empresas começaram a investir mais em sustentabilidade nas últimas décadas não só devido às leis ambientais mais rigorosas, mas também em virtude do desenvolvimento do conceito do consumo consciente. Principalmente com a atual realidade dos recursos naturais, o assunto se torna urgente e entra na pauta de toda a sociedade”, considera o gerente de projetos do Grupo EPO, Alexandre Simão.

Para a empresa, a gestão de resíduos nas obras tem início na concepção dos projetos. “Tudo é pensado para gerar cada vez menos descarte e reaproveitar o máximo. Os colaboradores também são capacitados e conscientizados para reutilizar e reciclar na própria obra e para segregar na fonte. Estabelecemos procedimentos simples, que contribuem para que o processo diário de cada obra se torne mais eficiente e sustentável. Nosso foco tem sido evitar a geração de resíduos sólidos e, consequentemente, seu descarte e desperdício zero”, destaca a engenheira de meio ambiente do grupo, Juliana Santos.

A engenheira pontua que o pré-fabricado é uma aposta para diminuir o impacto ambiental e melhorar a experiência dos moradores. Na construção do Residencial Sol e Residencial Terra, ambos no Vale do Sereno, a empresa usou fachadas pré-moldadas para evitar sobra de material e resíduos.

No Edifício Marly Viana, da EPO Engenharia, no Santa Efigênia, em Belo Horizonte, a construtora optou por utilizar recursos sustentáveis do No Edifício Marly Viana, da EPO Engenharia, no Santa Efigênia, em Belo Horizonte, a construtora optou por utilizar recursos sustentáveis do "ecotelhado
Outra preocupação da empresa está em levar aos empreendimentos um projeto que concilie a melhor experiência para o usuário e a cidade como um todo. No Edifício Marly Viana, no Santa Efigênia, foram usados recursos sustentáveis do “ecotelhado”, com 700 metros quadrados de área verde no último pavimento. A solução melhora a sensação térmica e acústica e garante a melhor ocupação do terreno.

Aspectos como ocupação planejada e valorização do entorno também são prioridades para a construtora. “Nos residenciais Sol e Terra, também investimos em modelos diferenciados de ocupação, com respeito à cota mínima de ocupação urbana e extensas áreas verdes e, ao mesmo tempo, com acesso a lazer, comércio, serviços, educação e saúde. O baixo adensamento resulta em minimização do impacto visual, incorporação de soluções sustentáveis, qualidade de vida, uso racional dos recursos naturais e contato com a natureza”, lembra Alexandre.

MENOS É MAIS A estratégia da PHV Engenharia está em buscar materiais ecologicamente corretos e que melhorem o conforto dos seus projetos. Em todos os empreendimentos da construtora são utilizados vidros não reflexivos e materiais de acabamento que absorvem calor, tornando o ambiente interno mais arejado e claro. Como consequência, as unidades precisam de menos iluminação e ventilação artificial, reduzindo o consumo de energia elétrica com lâmpadas e aparelhos de ar-condicionado.

No residencial Os Inconfidentes, no Vale do Sereno, em Nova Lima, a construtora usou a tecnologia de fachadas aeradas em granito. “A tecnologia permite a fixação de placas de pedras, como mármore e granito, na alvenaria dos edifícios, por meio de pinos de aço, que formam um vão entre as placas e a fachada. É um sistema que reduz as cargas de condicionamento artificial de ar, por proporcionar maior conforto térmico”, explica Hélcio Neves, gerente de licenciamento e meio ambiente da PHV Engenharia. O empreendimento também tem elevadores inteligentes, que consomem menos energia.

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram

Tags: inovação construção reciclar ecologia sustentabilidade

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