Com a alma do cliente

Arquiteto ajuda na concepção de espaços que garantem a realização de sonhos

O trabalho do profissional promove perspectivas agradáveis e de identificação com a moradia

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postado em 21/04/2019 10:52 / atualizado em 21/04/2019 10:55 José Alberto Rodrigues* /Estado de Minas
Demandas técnicas e utópicas são observadas no desenvolvimento de um projeto arquitetônico - Arquivo Pessoal Demandas técnicas e utópicas são observadas no desenvolvimento de um projeto arquitetônico

O trabalho de arquitetura é algo transformador. Ele é o ponto de partida entre as aspirações dos clientes e a técnica exigida para a materialização de tudo. Articula formas, cores e estéticas do empreendimento, além dos espaços internos e externos e de como vão funcionar e se relacionar entre si. “Estamos ligados o tempo todo em tudo, acho que tudo pode virar arquitetura. Arte, natureza, textos, sonhos. Consigo me empolgar com os desejos dos meus clientes e sonho junto com eles, mas sempre os direcionando às normas e técnicas”, explica a arquiteta e paisagista Pollyana Nunes.

Segundo ela, o arquiteto tem que ter o máximo de informação possível sobre todos os desejos do cliente em potencial, ter a sensibilidade para ir mais fundo em detalhes construtivos, além de estar ciente de todas as normas técnicas, construtivas, leis municipais ou de condomínios para as obras. “Além do contato pessoal com o cliente, deve-se fazer uma visita ao local. De posse de todas as informações necessárias, são feitas várias pesquisas no mercado, como atualização de materiais construtivos e uso”, explica.

Esse contato influencia muito na arquitetura, pois para cada nova situação há questões totalmente distintas, peculiaridades dos projetos e desejos dos clientes. “Temos que alcançar as demandas técnicas e utópicas do projeto. Aí, sim, estaremos não só realizando o desejo do cliente, mas a satisfação mútua entre as partes.”

Pollyana Nunes considera estimulante trabalhar com os sonhos e as expectativas dos clientes. “Sempre criamos ambientes para produzir sensações, desde o primeiro impacto visual, seja com cores, cheiros, lembranças, tudo está ligado intimamente em nosso inconsciente.” Ela ressalta que, com a arquitetura, podem-se provocar mudanças voluntárias de forma inconsciente no comportamento das pessoas. “Às vezes, podemos não notar, mas a partir do momento em que entramos em algum ambiente, podemos ter variadas sensações a curto ou longo prazo, como alteração do humor, nostalgias, todas produzidas por diferentes substâncias no nosso cérebro”, comenta.

O objetivo, para a arquiteta, é encontrar um ambiente mais ideal ao seu uso, que influencie positivamente a apropriação do espaço pelo usuário. “O arquiteto tem todas as ferramentas para transformar uma paisagem urbana, temos vários exemplos de lugares que se transformaram em ambientes de convívio, ele consegue educar e até introduzir novas culturas e costumes por meio da arquitetura”. Em uma residência, é possível oferecer várias leituras do mesmo ambiente apenas com toques decorativos ou elementos construtivos.

PRÁTICA

Mais que dar vida ao projeto no papel, o arquiteto assume um papel importante na concepção do imóvel. A prioridade de um novo projeto, seja residencial ou empresarial, é atingir as expectativas dos clientes. “Daí em diante, as primeiras providências são as consultas às leis de uso de acordo com as normas de cada projeto e o local em que se encontra, para que possamos adequá-los às necessidades dos nossos clientes”, conta.

"Consigo me empolgar com os desejos dos meus clientes e sonho junto com eles, mas sempre os direcionando às normas e técnicas" - Pollyana Nunes, arquiteta e paisagista
Um fato muito importante para a pesquisa do projeto é levar em conta o terreno. “Para cada local a ser inserido um novo projeto, temos leis de uso e ocupação do solo, sejam elas regidas pela prefeitura local ou mesmo um condomínio”, aponta. Essas leis direcionam para o melhor desenvolvimento de um projeto, para que sua execução não prejudique um vizinho quanto às diretrizes do bairro, situação de preservação ambiental ou mesmo o próprio dono da obra. “Para cada cliente e cada projeto, analisamos todas a possibilidades, projetos de residências unifamiliares e multifamiliares, projetos corporativos e empresariais, sempre observando as leis de uso e ocupação do solo.”

A arquiteta explica que hoje há um grande número de projetos executados com características mais contemporâneas, de linhas retas, espaços mais amplos e claros, ambientes conjugados. “Temos releituras de peças cerâmicas, revestimentos para todos os gostos e maior acessibilidade.”

TECNOLOGIA

De acordo com Pollyana, o acesso à internet trouxe uma “democracia construtiva”. “Onde não é preciso gastar muito para ter conforto, pois sempre digo que estudamos arquitetura para fazer o morar bem.”

O futuro da arquitetura será sempre procurar a praticidade. “O simples, mas confortável, acessível e direto”, diz. Para a arquiteta, uma obra se faz bela quando entra no contexto de vida dos clientes e a tecnologia na construção e na arquitetura dão um tom de inovação e praticidade. “Meus projetos têm a minha assinatura, mas sempre a alma do meu cliente”, conclui.

* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram

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