Projeto Beagá Arte assume curadoria de espaço cultural integrante de congresso em BH
27º Congresso Brasileiro de Psicanálise será realizado entre 19 e 22 de junho no hotel Ouro Minas com lugar reservado para a arte e o artesanato mineiro
Entre 19 e 22 de junho, o Beagá Arte - Valorizando Quem Faz assume a curadoria do projeto cultural Caminhos de Minas, que levará, dentro do Congresso Brasileiro de Psicanálise, ao hotel Ouro Minas, em BH, renomados artistas mineiros com suas obras, entre pinturas, gravuras, utilitários, objetos decorativos, bonecas, bolsaria artesanal, joalheria conceito e cerâmica, entre outros. No variado leque que incrementa o encontro, o melhor do feito à mão, das artes, da moda e do design chega com a presença ilustre de marcas locais, reafirmando a força criativa de Minas.
Para a curadora, Cynthia Rabello, a maior importância de iniciativas como essa é o resgate e a valorização dos trabalhos artesanais. "São artistas que fazem peças lindas. Pretendemos promover a união entre os atores da cadeia da arte e do artesanato. Convocamos o público para prestigiar a produção em Minas, enaltecer o que a gente tem e faz", diz.
O 27º Congresso Brasileiro de Psicanálise é uma realização da Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi), em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Minas Gerais (SBPMG). Nesta edição, o tema "O estranho - Inconfidências" faz o elo entre duas proposições: a interação entre a força subversiva do inconsciente, com seus estranhamentos, e o caráter inquietante que foi um dos legados do movimento dos inconfidentes. Dentro desses pontos de vista, a ideia é produzir um diálogo fecundo entre o pensar psicanalítico e os vários segmentos que compõem o meio cultural.
Na semente que frutificou com o Beagá Arte, um centro cultural que começou pequenino na garagem de casa. Eram os idos de 2001. Depois de deixar o emprego formal em um banco, Cynthia Rabello, há muito tempo inspirada pela mãe e pela avó, adeptas do artesanato, além das aulas de arte na escola, começou a investir em produtos de joalheria, que comercializava, no início timidamente, para as amigas.
"Comecei atendendo em casa, e participava de feiras e eventos do ramo, que não eram muitos, a não ser a feira nacional, que ocorre todo fim de ano. A partir daí, consegui abrir meu próprio espaço para receber as pessoas com um atendimento mais personalizado. Resolvi montar um ateliê na garagem. Coloquei umas mesinhas, improvisei. As pessoas passavam e ficavam encantadas e, a partir daí, começaram a encomendar. Depois, fiz cursos de ourivesaria e iniciei a produção de peças com banho de ouro. Tudo muito artesanal, mão na massa", relembra. Em 2015, ela alugou o prédio onde criou o primeiro espaço, na Rua Paracatu, no Bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte.
De lá para cá, o projeto se desmembrou para fazer nascer o que agora funciona como um coletivo de artistas e artesãos mineiros, que mostram os mais variados tipos de artigos manuais. No início, o Beagá Arte, além de oferecer cursos, oficinas e workshops diversos, figurou em eventos da área, marcou presença em feiras na capital, como a temporada, em 2018, no corredor de entrada do Jockey Club, na Savassi. Agora firma lugar no Sou Café, dentro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, em BH, com um espaço permanente para venda e exposição dos produtos. No café, inclusive, acontece mensalmente, desde dezembro de 2018, um encontro de arte e artesanato, que já caiu no gosto do público nesse que é um espaço privilegiado na cena cultural belo-horizontina.
Nos encontros artísticos mensais no Sou Café, a proposta é dar lugar para variados modos de expressão, como literatura, música, artesanato, artes plásticas e visuais, a fim de contornar uma presença própria. "Costumo dizer que estamos no meio termo - não fazemos nem o artesanato simples e nem as obras de arte mais inviáveis e inacessíveis. Buscamos trazer a arte e o artesanato que sejam alcançáveis e que as pessoas possam consumir no dia a dia", pontua Cynthia.
A intenção é estabelecer um encontro de arte itinerante, agrupar uma turma com trabalhos diferenciados, criativos e, assim, investir em uma divulgação maciça para ampliar o espectro de atuação dos artistas e artesãos, focando realmente na produção mineira. Para Cynthia Rabello, o importante é estar organizado.
"Temos uma clientela que conhece o trabalho há muito tempo, o que nos dá um bom retorno. As pessoas ficam fascinadas", diz. O artesanato rico e autêntico chama o olhar de quem se surpreende com as peças. "Geralmente, não se tem acesso a uma produção de qualidade. Assim, quem frequenta nossa loja e os eventos se apaixona. Fazemos questão de exaltar a história de cada artista, como uma maneira de resgate mesmo". No grupo do Beagá Arte, estão produtores de todas as idades.
Uma iniciativa independente apoiada pelo Beagá Arte, a recém-inaugurada Mercearia - Loja Ateliê é mais uma vitrine importante para os artistas e artesãos mineiros em Ouro Preto, local de ressonância cultural e histórica no estado, no país e, porque não dizer, no mundo. O projeto também foi chamado pela artista Flory Menezes para uma nova exposição em sua galeria em Búzios.
Já com a ideia engatilhada, um dos passos a serem dados é conseguir se formar como associação, o que vai otimizar a visibilidade e abrangência de público. O propósito é obter incentivo, novas formas de apoio, dar oportunidade aos artesãos de integrar diferentes exposições, em locais como centros culturais e museus, por exemplo, a preços de participação acessíveis.
Serviço Exposição Caminhos de Minas Dentro do 27º Congresso Brasileiro de Psicanálise: “O Estranho – Inconfidências” 19 a 22 de junho No Hotel Ouro Minas Avenida Cristiano Machado, 4001 - Ipiranga, Belo Horizonte Instagram: https://www.instagram.com/caminhos.deminas_/