A hora dos tetos coloridos na decoração

Mais comum na Europa do que no Brasil, projetos que sugerem pintar a chamada quinta parede vêm chamando a atenção de muitos brasileiros. Ideia simples, divertida e que cria outra perspectiva no ambiente

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postado em 06/11/2019 11:33 / atualizado em 06/11/2019 11:55 Lilian Monteiro /Estado de Minas

Projeto estar multimídia, de Rafael Medeiros, chamou a atenção pelo teto rosa inspirado em um hotel escandinavo - Ivan Araújo/Divulgação Projeto estar multimídia, de Rafael Medeiros, chamou a atenção pelo teto rosa inspirado em um hotel escandinavo

Teto branco não é regra, sabia? Tons mais vivos, coloridos, quentes ou mesmo estampas estão subindo pelas paredes. A ideia é deixar o ambiente cheio de personalidade. Antes reticentes, agora os brasileiros têm comprado a proposta de muitos designers e dado vida à chamada quinta parede.

Faz tempo que o teto deixou de ser monótomo na Europa, que não tem medo de apostar nas cores. Se você quiser experimentar, três profissionais dão dicas importantes de como apostar na novidade. A personalização é o mais legal, já que a decoração dos tetos é bem versátil. E, em tempos crise, é uma alternativa que cabe em vários bolsos para quem gosta de mudança. É possível usar várias técnicas e materiais de acordo com a preferência do cliente e o seu orçamento: adesivos, papel de parede, tinta, stêncil, entre outros.

Na edição deste ano da Morar Mais, o projeto estar multimídia, de Rafael Medeiros, chamou a atenção pelo teto rosa! “A inspiração veio de um hotel escandinavo, que usa cores na separação das áreas. É um efeito que já ocorre na Europa, embora países do Oriente usem a cor de forma homogênea, inclusive estampas. Mas o teto colorido é um design contemporâneo, utilizado como solução de projeto e para brincar com a altura do pé direito, com a dimensão do espaço, além de ser decorativo”, explica.

Rafael Medeiros avisa que teto colorido exige cuidado com a iluminação  - Pedro Sales/Divulgação Rafael Medeiros avisa que teto colorido exige cuidado com a iluminação
Rafael Medeiros enfatiza que não há uma fórmula. Mas conta que o teto escuro, por exemplo, em tons bem próximos do preto, vai aumentar o pé direito porque dará a sensação de profundidade, de mais altura. Mas é preciso tomar alguns cuidados: “A iluminação é bem importante. Tem de ser do teto para baixo, criando a sensação de infinito para cima. Um pendente ou paflon mais baixo são ideais. Não pode deixar a luz vazar para o teto”, alerta.

O designer destaca que qualquer ambiente pode ter o teto colorido. Mas pede atenção com a iluminação, porque o teto é o refletor da luz e, portanto, a cor interferirá. “No caso do teto rosa, usei a luz mais amarelada para dar o efeito desejado e não mudar a tonalidade.”

Na composição com as demais paredes, o branco e o cinza são cores neutras e tendem a durar mais. No entanto, tudo vai depender da intenção do projeto e do desejo do cliente. Mas Rafael Medeiros recomenda parcimônia ao colocar cor nas paredes, já que tem o mobiliário e os adornos, tapetes, quadros que entrarão no ambiente. Para não errar, ele indica “levar a cor do teto para alguns elementos soltos, como quadro, almofada ou outro objeto decorativo. Não tudo, porque ficará monótono”.

Outra proposta de Rafael Medeiros é “apostar no colorido em L, ou seja, parede e teto da mesma cor. “É mais ousado, mas fica bem bacana.”

Rafael Medeiros diz que não é obrigatório escolher uma cor forte ou escura sempre. Ela afirma que as candy colors também podem ser uma tendência, a cor mais seca e pastel. Novamente, tudo dependerá da proposta do projeto. “O mundo enxerga o brasileiro colorido, mas, na realidade, temos dificuldade de levar a cor para dentro dos espaços íntimos e a maioria opta pela composição de ambiente mais clássica.

A QUINTA PAREDE


Quem não tem medo de ousar, pode se inspirar no banheiro de teto rosa, projeto de Samara Perona  - Ivan Araújo/Divulgação Quem não tem medo de ousar, pode se inspirar no banheiro de teto rosa, projeto de Samara Perona
A cor rosa também foi parar no teto de um banheiro para uma cliente jovem e contemporânea, no projeto da designer de interiores Samara Perona. Um ambiente com cara de refúgio. Ela ousou não só com o metal, presente em todas as estruturas, e os espelhos suspensos por cabos de aço. Mas o contraste do dourado dos metais e dos tons mais claros das paredes e os beges acinzentados do mármore casaram perfeitamente.

Samara Perona enfatiza que “o teto, muitas vezes, só era lembrado e ressaltado quando aliado ao rebaixamento com gesso. Mas, hoje, para aqueles que não têm medo de ousar e querem atualizar a decor com baixo custo, ele se torna a 'quinta parede' em um ambiente”.

Samara Perona lembra que não é novidade que a cor sempre faz a diferença na decoração e, ao aplicá-la em um local tão inesperado, o efeito visual se torna incrível. “Para aqueles que pensam que o teto deve, obrigatoriamente, combinar com a cor das paredes e pode, consequentemente, pesar o ambiente, afirmo que não! O ideal é alinhar, no restante do ambiente, tons complementares à cor escolhida, aplicados nos móveis soltos, tapetes, acessórios ou, dependendo da proposta do projeto, trazer no restante do ambiente cores opostas (trazendo ainda mais personalidade ao espaço). E caso queira brincar ainda mais com o recurso, a cor pode descer um pouco mais dos limites do teto, trazendo ainda mais destaque.”

Samara Perona destaca que o teto pode receber outro efeito com papel de parede ou mesmo texturas, como o marmorato - Júlia Faccion/Divulgação Samara Perona destaca que o teto pode receber outro efeito com papel de parede ou mesmo texturas, como o marmorato
Para Samara Perona, o recurso de usar cor no teto é ideal para aqueles que moram de aluguel, visto a facilidade em retomar o imóvel ao estado original na devolução, ou até mesmo para aqueles que gostariam de uma mudança rápida, atual e com baixo custo. “E não apenas com a pintura conseguimos o efeito. Para aqueles que podem investir um pouco mais, o papel de parede ou até mesmo texturas, como o marmorato, podem também ser aplicados no teto, dando ainda mais charme e sofisticação ao ambiente.”

A cozinha funcional projetada por Kátia Trindade, Fernanda Palhares e Magda Vaccari surpreende com o teto marrom. A proposta foi criar um ambiente moderno e prático, com sofisticação. A mesma cor foi parar também no teto de uma varanda, num design de Débora Xavier.

O arquiteto Maycon Altera desenvolveu o projeto de um lavabo bem ousado, como pede esse espaço. Sempre personalidade. Ele revestiu o teto com ladrilho hidráulico colorido. Ou seja, se quiser ir além da pintura, outra ideia é criar o mesmo efeito impactante usando outro recurso com efeito bem variado.

QUESTÃO DE VISÃO

Cozinha com o teto preto, projeto da arquiteta Gislene Lopes - Jomar Bragança/Divulgação Cozinha com o teto preto, projeto da arquiteta Gislene Lopes
Já a arquiteta Gislene Lopes, que teve projeto, com tetos todos coloridos em todos os ambientes em um apartamento no JK, premiado, confessa ser avessa à estética de pintar a quinta parede. “Era um imóvel especial, a cliente mora fora de BH e queria uma espaço com cara de loft, retrô e diferenciado para ficar na capital. A cozinha teve o teto pintado de preto e o do quarto e do banheiro de azul.” Tem parede vermelha e quadriculada de preto e branco, canos aparentes pintados de preto, enfim, um projeto ousado, moderno, diferente, acolhedor e mereceu o prêmio pelo resultado.

Para Gislene, “não vejo o teto colorido como tendência, mas uma visão de cada espaço, do morador e do que gostaria de ter. Prefiro as paredes e o teto da mesma cor e em tonalidades como branco e cinza. Acho mais uniforme, bonito e sofisticado. Mas toda escolha é pessoal e depende do projeto”.

Agora, o que a arquiteta não gosta mesmo e não recomenda é a parede colorida. “É brega (ultrapassado) uma parede colorida no ambiente. É mais chique a caixa da mesma cor. Há inúmeras possibilidades, cores decas, verde acinzentado, tons sem tanta identificação, tem ainda as tintas marmorizadas de fácil combinação porque são neutras.”

Arquiteta Gislene Lopes foi premiada com o projeto deste apartamento (esq.). À direita, banheiro com teto azul, outro projeto de Gislene Lopes - Jomar Bragança/Divulgação Arquiteta Gislene Lopes foi premiada com o projeto deste apartamento (esq.). À direita, banheiro com teto azul, outro projeto de Gislene Lopes

O teto marrom chama a atenção no projeto da varanda de Débora Xavier  - Ivan Araújo/Divulgação O teto marrom chama a atenção no projeto da varanda de Débora Xavier

À esquerda, projeto do arquiteto Maycon Altera levou ousadia para um lavabo com o uso do ladrilho hidráulico no teto e na parede. Ao lado, a cozinha funcional projetada por Kátia Trindade, Fernanda Palhares e Magda Vaccari surpreende com o teto marrom - Jomar Bragança/Divulgação - Ivan Araújp/Divulgação À esquerda, projeto do arquiteto Maycon Altera levou ousadia para um lavabo com o uso do ladrilho hidráulico no teto e na parede. Ao lado, a cozinha funcional projetada por Kátia Trindade, Fernanda Palhares e Magda Vaccari surpreende com o teto marrom

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