Arte

A força criativa do Brasil em pauta na 31ª Feira Nacional de Artesanato, em BH

Evento de fim de ano consagrado na cidade abre a edição 2020 no Expominas até domingo

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postado em 04/12/2020 10:00 / atualizado em 04/12/2020 11:11 Joana Gontijo /Lugar Certo
Mateus Baranowski/Divulgação

A arte e a criatividade do Brasil estão representadas na Feira Nacional de Artesanato, que abre a 31ª edição em Belo Horizonte até o próximo domingo (6/12). É a celebração da identidade de um povo que nunca esmorece e volta a ter fôlego depois de um período complicado com a pandemia. Desde quando começaram as medidas de flexibilização em relação ao coronavírus, esta é a primeira grande realização no país com a presença de todos. E no evento que é o mais expressivo do gênero na América Latina. São mais de 400 stands com expositores de todas as regiões brasileiras, vindos de 22 estados.

Mateus Baranowski/Divulgação

Os protocolos sanitários de segurança quanto à COVID-19 estão respeitados, e tudo começou bem quando os portões se abriram, na última terça-feira. Todos os produtos foram desinfetados antes de estarem disponíveis para venda. No centro de exposições, um espaço maior entre os stands, exigência de uso de máscara e dispensers de álcool 70% espalhados pelo local.

"Estávamos em uma ansiedade para ver se os protocolos iam funcionar e se as pessoas iriam respeitar. Foi tudo cumprido. E ninguém veio para a feira passear. O público veio para comprar", relata Tânia Machado, idealizadora e organizadora da feira. Tudo para não tirar o brilho colorido dos mais variados tipos de produtos, a preços igualmente diversos, opções certeiras também para quem quer agradar no fim de ano. Para os artesãos, a oportunidade de recuperar um pouco do tempo perdido. 

Leonildo do Nascimento Silva é um dos dez filhos de Luiz Antônio da Silva, de 85 anos, desde pequeno discípulo de Mestre Vitalino, mestre artesão de Caruaru, em Pernambuco, que ganhou renome com as peças em barro em referência à cultura e folclore africanos, dentro da realidade do Nordeste brasileiro, esculpindo em seus bonecos a tradição dos modos de vida dos sertanejos, através da leitura de uma arte figurativa. Mestre Vitalino é considerado patrimônio vivo da cidade natal. Aos 56 anos, Leonildo é um dos sete filhos de Luiz que trillharam o caminho no artesanato, em prosseguimento à obra de Vitalino, um fazer que também vem da infância.

Mateus Baranowski/Divulgação

Mateus Baranowski/Divulgação

São 28 anos de participação na feira de artesanato, com trabalhos como Lampião e Maria Bonita, São Francisco, Santo Antônio, Maria, Nossa Senhora de Fátima, Padre Cícero, presépios, representação da Santa Ceia, bumba meu boi, maracatu, galinhas, cavalo marinho, violeiros, noivos a cavalo, lavradores, entre tantas outras imagens que fazem alusão tanto à religiosidade quanto às cenas mais prosaicas do cotidiano, com variedade de tamanhos e temas. São miniaturas até peças de quase 2 metros de altura.

É uma arte que envolve toda a família, que mantém loja e oficina em Caruaru. Leonildo diz que sentiu os reflexos da pandemia nas vendas, mas o trabalho não parou. De outubro para cá, alguns sinais de melhora. "O comércio voltou a aquecer. As vendas dos primeiros dias da feira foram boas principalmente para lojistas. Muita gente que vem já conhece nosso trabalho, sempre trago encomendas e também novidades. A expectativa agora é para o grande público do fim de semana", conta.

No stand da Eufran Art, a criatividade que chega de Juazeiro do Norte, no Ceará. Uma das pessoas à frente da marca, José Eugênio Ribeiro conta 15 anos de presença na feira de artesanato. São 36 anos de trajetória no fazer manual. Santos e esculturas em madeira, referências à arte popular, animais como lagartos e outros, lápis esculpidos - são miudezas que encantam. O artesão tem loja e oficina na cidade cearense, e conta que as vendas tiveram uma queda com o coronavírus. As vendas, não a produção. No Expominas, tem saída para grandes quantidades, ainda mais que são peças pequenas e a valores atrativos. "Tem cliente que vem todo ano nos procurar. Está diferente que os anos anteriores, mas está vendendo bem", diz.

Mateus Baranowski/Divulgação

De Couto Magalhães de Minas, o artesão Arnaldo Rodrigues, de 56 anos, é autor de um lindo trabalho em madeira de réplicas de carros antigos, motos, locomotivas, caminhões, caminhonetes, triciclos, para citar apenas alguns exemplos. Com a Arte Rara Réplicas, também faz oratórios, móveis e diferentes itens em entalhe na madeira. Ele costuma comercializar seus produtos, que fabrica desde 1985, em outras feiras e pela internet. Em 2020, tudo parou, mas agora Arnaldo diz que o setor começa a reagir. "A feira é sempre uma boa oportunidade. Além das vendas, faço muitos contatos."

Mateus Baranowski/Divulgação

A Brinquedos Presotti é uma marca de Contagem especializada em brinquedos e jogos de madeira para todas as idades. O trabalho começou com o patriarca da família Presotti, Ademir, ainda na década de 1990. Hoje, a fabricação conta com o auxílio de um dos filhos, Robert Moura Presotti, e um ajudante. Quando começa a feira de artesanato, todos se unem para atender os clientes. "Temos ajuda da minha filha, sobrinhas, irmãos. Envolve todo mundo", conta Robert. Em uma riqueza colorida, entre os produtos estão peças em madeira, MDF ou madeira reciclada, que dão forma a jogos com números e letras, jogos de raciocínio lógico, carrinhos, quebra-cabeças, passatempos, animais de puxar, e muito mais.

Robert conta sobre os efeitos da pandemia nos negócios. Costumavam participar aos sábados de uma feira no Eldorado, mas as atividades foram suspensas, só retomadas recentemente. Em grande parte de 2020, eles dependeram das vendas online. Mas nada de ficar parado. Por outro lado, foi uma oportunidade de abastecer o estoque, e a ideia é vender tudo até domingo. "Graças a Deus tem essa feira no Expominas. É uma boa oportunidade para a retomada. As vendas estão caminhando. Acaba que conhecemos pessoas de vários lugares, e isso abre muitas portas", diz Robert.

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De Iriri, cidade no Espírito Santo, Dirceu Aparecido Borreio traz a linha de biojoias. São aneis, brincos, pingentes, gargantilhas e pulseiras feitas em prata com acabamento em pedras e conchas, na criação que começou há 32 anos. Aos 59, Dirceu é expositor assíduo da feira em BH, desde o princípio, quando ainda acontecia no Minascentro. Todos os anos, além do lugar cativo na charmosa feirinha de artesanato em Iriri, participa de feiras em cidades pelo país, como São Paulo, Brasília, Recife, Belém, entre outras. Em 2020, no entanto, esteve apenas em um evento na capital capixaba, e agora a feira em BH é a segunda do ano para ele, a primeira de alcance nacional. "É muito bom Minas ter aberto essa feira para nós", declara.

Mateus Baranowski/Divulgação

31ª EDIÇÃO DA FEIRA NACIONAL DE ARTESANATO

De 1º a 6 de dezembro de 2020, de 10h às 21h
No Expominas - Avenida Amazonas, 6000 - Gameleira - Belo Horizonte
Ingressos de R$ 10 a R$ 50, com venda pelo endereço https://bit.ly/36CDaqI
Entrada gratuita para menores de 12 e maiores de 60 anos, com retirada antecipada pelo Sympla

Informações:

www.feiranacionaldeartesanato.com.br

Instagram: @feiranacionaldeartesanato

Facebook: /feiranacionaldeartesanato

Tags: Feira Nacional de Artesanato Belo Horizonte expominas arte artesanato

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