O desejo era receber um oásis de paz. Foi com esse intuito que Lynda e Howard Schultz contrataram os arquitetos do escritório Arielle Condoret Schechter para definir o novo lar, que seria um verdadeiro refúgio para o relaxamento. O pedido surgiu depois que os filhos do casal cresceram e deixaram a morada em companhia dos pais. Pelas palavras dos moradores, a ideia é "se libertar", depois que a vida tomou outro significado.
O projeto no condado Chatham, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, vai muito além da expectativa inicial, e se transformou em um delicioso esconderijo, totalmente autossuficiente - a estrutura não precisa nem mesmo da energia elétrica de fora.
A construção é moldada para otimizar o ganho solar, a iluminação e a ventilação naturais. As passagens de ar permitem vedação, existe tecnologia de recuperação de energia e as portas e janelas são certificadas para "casas passivas". Um painel fotovoltaico está acomodado no telhado. Tudo isso para permitir que a residência gere sua própria energia, respondendo a toda demanda necessária para seu funcionamento.
Um espaço que prioriza a privacidade surge pelo ambiente tranquilo e retirado em meio à floresta. Janelas altas e vegetação por todos os cantos envolvem ainda mais os moradores nesta atmosfera de descanso, onde a natureza coopera ainda para filtrar a luz do dia. No extremo oposto, a casa recebe uma áurea contemporânea, com pitadas de elementos artísticos.
Geometrismo genuíno e cores primárias levam quase que instantaneamente à referência do pintor modernista Piet Mondrian. Com pormenores pincelados em vermelho, amarelo e azul, em uma das paredes do exterior, fica clara a alusão ao artista. A inspiração encontra princípios do movimento De Stijl, um grupo de artistas da vanguarda moderna holandesa que explorava formas simples e linhas retilíneas. Em acréscimo, nasce um charme refrescante pelas tonalidades preto, cinza e branco, em um plano de composição da casa que também se delineia por decisões de harmonia e equilíbrio, em elo perfeito com a natureza circundante.
A edificação se desenha em três blocos: cada um recebe telhados próprios que, além de funcionarem para a cobertura, preservam janelas e vidros. Inclusive, as superfícies transparentes permitem adentrar o exuberante panorama do cenário natural ao redor. Modelando uma área agradável para receber visitas, uma varanda com cadeiras e poltronas resolve um anseio particular do casal: sentar e apreciar a chuva.
Pelo interior, a premissa é pelo "menos que é mais". Paredes brancas e mobiliário em pegada neutra contrastam com um conjunto vermelho de cadeiras e mesas, além de alguns quadros distribuídos pelos cômodos.