Estandartes e monóculos gigantes são atração da Modernos Eternos em BH

De portas abertas para as expressões criativas, a Modernos Eternos, que encerrou o período oficial de realização no Colégio e Faculdade Arnaldo, segue com a temporada cultural em Belo Horizonte. A programação se estende até o próximo domingo, 31 de outubro, com duas instalações urbanas: dentro da Modernos Eternos Street, um conjunto de estandartes de grandes dimensões e uma exposição de monóculos gigantes.

Os estandartes fazem referência a nomes femininos da literatura de Minas Gerais. Com idealização dos artistas plásticos e curadores de arte Marcos Esteves e Paulo Apgáua, do designer de interiores Rafael Medeiros, e apoio da Academia Mineira de Letras, 30 artistas do estado foram convidadas a criar os estandartes a partir da obra de 29 escritoras também mineiras, além de uma peça em referência à campanha Outubro Rosa. As artistas puderam escolher livremente representar o conjunto da obra, um livro ou algum personagem marcante, partindo da inspiração sobre a produção de cada escritora.

As peças são uma releitura em medidas extrapoladas do elemento que é um marco da cultura popular, presente nas festas religiosas, como o congado. Confeccionados em lona, tecido fornecido pela Cedro Jeans Wear, cada uma tem dimensões de 3,2 metros de altura por 1,7 metros de largura. A ação fez parte do calendário da Virada Cultural de Belo Horizonte, e é realizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com incentivo da Gerdau, patrocinadora da Modernos Eternos em 2021.

Os estandartes podem ser vistos nos muros do Minas Tênis Clube II, na Rua Trifana, na Serra, em Belo Horizonte. "A exposição é impactante. Levando a arte para as ruas, resolvemos homenagear as mulheres, e todos os estandartes são diferentes representações da mulher, tão diversa, retratadas na literatura. Um tema muito falado, ainda mais diante de tamanho sofrimento experimentado pelas mulheres hoje em dia. É hora de resolver isso", diz Marcos Esteves.

MONÓCULOS

Em outra ação da Modernos Eternos Street, 15 monóculos gigantes, feitos em aço Gerdau e vidro, estão distribuídos em locais estratégicos de Belo Horizonte - no Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), na Praça da Liberdade, nos hotéis Radisson Blu, no São Pedro, Novotel e Ibis, na Savassi, e no Ponteio Lar Shopping, espalhados pelo primeiro piso e em frente à loja da Lider Interiores.

A intervenção tem o patrocínio da Gerdau e da Accero, empresa especializada em aço. A Gerdau forneceu o aço para a composição dos monóculos, com idealização e desenho executivo de autoria de Rafael Medeiros e concepção da Accero.


Com a frase Quando o eterno se torna moderno impressa nas estruturas, cada monóculo recebeu, por dentro, uma foto estática de um dos ambientes da mostra. Ao lado e no interior da peça, um QR Code direciona para o site da Modernos Eternos, onde os espaços podem ser visitados. Não é preciso encostar no monóculo para ver o que tem dentro - a uma distância de 50 centímetros, já é possível a visualização, um cuidado especial devido à pandemia.

Seguindo um dos principais conceitos da Modernos Eternos, a mistura do novo com o antigo, o moderno com o eterno, sublinhando a importância de valorizar a história, a cultura e trazer de volta hábitos antigos, os monóculos, trabalhados em uma interpretação contemporânea, mexem com a memória afetiva e resgatam lembranças que tocam o coração. No lambe-lambe do Parque Municipal, como presentes feitos nas escolas ou lembranças de viagens, o monóculo sempre foi um objeto presente.

A personalidade da Modernos Eternos está em promover estímulos e experiências sob um ponto de vista cultural e de lifestyle diferente, unindo o design consagrado a objetos com significado atemporal. Em 2021, foram 35 ambientes assinados por 44 profissionais, incluindo um time de mais de 70 parceiros, no evento que também é espaço aberto para a cultura.

"Nosso objetivo é levar essa experiência única, em que o visitante se sente passeando por uma galeria de arte, uma exposição contemporânea com suas instalações, ou mesmo um museu, compartilhando e expandindo o conceito da mostra (ver, sentir, apreciar e aprender) para outros públicos", diz Josette Davis, curadora e realizadora em BH da mostra anual de arquitetura, design, décor e arte, que foi encerrada na capital mineira, com sucesso de público, na construção que figura entre os ícones da cena arquitetônica na cidade.